sexta-feira, 28 de abril de 2017

Príncipe desencantado

Príncipe desencantado

Mais de 15 brasileiras são mortas por dia no País, segundo o Ipea





Um homem bonito, carinhoso e sempre disposto a fazer elogios e oferecer mimos. Aos 16 anos, Glaucia Santos acreditou que havia encontrado a pessoa de seus sonhos e não pensou duas vezes ao começar o namoro com o “príncipe encantado” que ela havia conhecido durante uma festa. O rapaz era cobiçado por outras moças e Glaucia se sentia feliz por ter sido a escolhida.


No auge da paixão, ela só tinha olhos para o namorado. Aos poucos, Glaucia foi se afastando de amigos e familiares para dedicar mais tempo ao amado. Presentes e carinhos faziam parte da rotina dos dois. O ciúme, também. “Ele começou a ir me buscar na porta do colégio e não gostava que eu conversasse com outros homens, até com primos. Também fui me afastando das minhas amigas. Eu achava que o ciúme era normal, pensava que ele iria mudar quando me conhecesse melhor”, relembra.


Para Glaucia, o ciúme significava uma “preocupação em perder a mulher amada”. À medida que passava mais tempo com o namorado, ela começou a perceber que o rapaz esboçava sinais de agressividade: “A primeira vez que ele me empurrou eu fiquei surpresa, mas ele me pediu desculpas e me encheu de beijos”. Aos poucos, o príncipe encantado virou monstro. “Comecei a dormir na casa dele e via algumas coisas erradas. Quando eu perguntava o que estava acontecendo, ele era agressivo, xingava, mandava eu calar a boca. Às vezes ele trancava a porta e não deixava eu ir embora, me obrigava a passar a noite lá”, diz, acrescentando que descobriu naquela época que ele era traficante de drogas.


As agressões verbais se transformaram em agressão física que deixavam marcas roxas pelo corpo da moça. A cada abuso, a autoestima de Glaucia diminuía um pouco mais e ela se via cada vez mais presa ao relacionamento. “Quando eu soube das atividades dele, quis terminar o namoro, mas ele me ameaçava e eu tinha medo”, relata. O relacionamento durou cerca de um ano e sete meses e só terminou após mais um episódio perverso. “Um dia, depois de uma briga, ele me violentou sexualmente na frente de outros homens e ainda me ameaçou dizendo que eles fariam o mesmo comigo”, finaliza.


Vida nova





Após finalmente conseguir fugir das agressões, Glaucia passou a ter “aversão” a homens. Foi nesse período que conheceu o atual marido, Rudnei Gomes. Ela morava em Guararema, no interior de São Paulo, e ele trabalhava na área de hotelaria da mesma cidade. “Eu estava caminhando na rua e a gente se viu. Entramos por acaso no mesmo comércio e conversamos um pouco. Começamos uma amizade e contei minha história. Ele frequentava a Universal e quis me ajudar a superar o trauma das agressões”, fala.


Os dois foram se conhecendo aos poucos. O caráter e o respeito que Rudnei demonstrava foram as características que mais chamaram a atenção de Glaucia. “Ele me respeitava muito. Quando decidimos começar a namorar, ele quis conhecer meus pais, foi algo totalmente diferente”, analisa. Hoje, eles estão casados há 14 anos e têm uma filha, Laura, de 12 anos. “Aprendi que amar é cuidar, respeitar o outro. Ciúme não é cuidado. A gente precisa conhecer muito bem a pessoa com quem está se relacionando, observar os sinais de violência. Aquela coisa que fere e que machuca não é legal. Não vale a pena insistir em um relacionamento assim”, finaliza.


Fim da violência


Glaucia passou pelo ciclo de violência experimentado por muitas brasileiras. O problema costuma começar com cenas de ciúme e discussões e às vezes só termina com a morte da mulher. Mais de 50 mil mulheres foram assassinadas no Brasil entre 2001 e 2011, segundo o estudo “Violência contra a Mulher: feminicídios no Brasil”, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2013. A estimativa é que mais de 15 mulheres morram por dia vítimas de violência de gênero. A maioria das mortes ocorreu dentro de casa e foi praticada por companheiros.


Para quebrar esse ciclo, é fundamental que alguém faça uma denúncia. O alerta é da delegada de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro Soraia Vaz de Sant’Ana. “A denúncia é um instrumento de cidadania, qualquer pessoa que saiba de casos de violência doméstica deve denunciar, como vizinhos, parentes, amigos e conhecidos. A vítima muitas vezes não denuncia por medo ou culpa, ela está numa relação de dependência emocional e/ou financeira com o agressor”, afirma.


A delegada, que já foi responsável por delegacias especializadas em atendimento à mulher, diz que o combate à violência deve envolver toda a sociedade. “A escola e a família devem estar comprometidas a criar uma cultura de respeito à mulher. Mães e pais precisam ensinar as crianças a respeitar as mulheres. Em muitos casos, os agressores viveram em lares violentos e viram a própria mãe sendo massacrada dentro de casa, esses homens cresceram acreditando que são donos da mulher”, analisa, acrescentando que muitos agressores devem passar por acompanhamento e tratamento psicológico.


Problema cultural





O Brasil tem a terceira melhor legislação do mundo no combate à violência doméstica, segundo as Nações Unidas. Criada em 2006, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340) aumentou as penas para agressores e determinou o encaminhamento das vítimas a programas e serviços de proteção e de assistência social. Hoje, todo ato praticado com violência doméstica e familiar contra a mulher é crime e não se permite mais a aplicação de penas brandas como multa e cesta básica. Ou seja, o agressor pode ir para a cadeia.


Na prática, entretanto, a Lei Maria da Penha enfrenta dificuldades para ser cumprida, como despreparo de alguns profissionais, falta de estrutura em alguns estados, medo, vergonha e falta de apoio de familiares. É o que explica Carlinda Tinôco Cis, coordenadora nacional do Raabe, grupo da Universal que oferece ajuda a mulheres vítimas de violência.


Carlinda destaca que o desrespeito às mulheres faz parte da cultura de muitos brasileiros. “A Lei Maria da Penha é completa, mas fica insuficiente quando o agressor se sente no direito de agir de forma livre. A mulher continua sendo perseguida e muitas chegam à morte. A nossa sociedade culturalmente ainda é machista, tem homens que não sabem que o que estão fazendo é crime. O homem que ama de verdade cuida, esse que bate em mulher não tem amor-próprio e muito menos pela esposa que está ao lado dele”, afirma.


Mulheres querem fim do silêncio





Ajudar mulheres que estão em risco: foi com esse objetivo que mais de 2 mil voluntárias do projeto Raabe ocuparam as ruas de várias cidades brasileiras, no último dia 25 de novembro. Idealizado pela escritora e apresentadora Cristiane Cardoso, o evento marcou o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Violência Contra a Mulher.


Com camiseta branca e panfleto na mão, cada voluntária tinha a tarefa de oferecer apoio e orientação a mulheres vítimas de violência doméstica e outros tipos de agressões. As pessoas atendidas receberam rosas vermelhas e foram convidadas a participar de uma reunião especial, marcada para 14 de dezembro em todas as Universal.


Em São Paulo, a data também marcou o encerramento de um ciclo de atividades que durou 16 dias. Nesse período, mais de 400 voluntárias do Raabe e do Godllywood percorreram ruas, pontos de ônibus, trens e comunidades alertando mulheres sobre a violência doméstica.


“O Projeto Raabe abraça a mulher e cuida dela até que ela possa caminhar com os próprios pés. Enquanto a gente não vê resultado, a gente não desiste, mesmo que a mulher caia muitas vezes. O Raabe é paciente e é ouvinte para cuidar”, explicou Carlinda, presente ao evento em São Paulo.





Além do apoio das voluntárias, o evento também contou com a presença de advogadas, conselheiras e assistentes sociais, que ofereceram aconselhamento gratuito nas tendas montadas pelo projeto. “Essa é uma oportunidade fundamental para que a gente possa levar informação às mulheres. Muitas vezes, elas ficam tão desorientadas que não sabem nem qual serviço procurar. Esse trabalho também é uma forma de reforçar a questão da autoestima, pois, uma vez que a mulher se empodera de seus direitos e recupera a autoestima, ela consegue sair da situação de violência”, relatou a assistente social Arlete Lima, que atuou na Praça da Sé, em São Paulo.


O evento também marcou o lançamento oficial do símbolo do Raabe, o laço vermelho, que pôde ser visto em botons pregados nas camisetas de todas as participantes. “Ele expressa a liberdade de sofrimentos, de traumas, de problemas familiares, é o recomeço”, concluiu Carlinda.


Promotora alerta para ignorância dos homens




Acostumada a acompanhar casos de violência doméstica, a promotora de Justiça Maria Gabriela Manssur percebeu que muitos homens voltavam a cometer o mesmo crime. Para tentar mudar essa situação, ela criou em Taboão da Serra (SP) o projeto-piloto Tempo de Despertar, um curso para homens agressores. O projeto tem apoio do Ministério Público de São Paulo e do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Taboão da Serra. Maria Gabriela conversou com a Folha Universal após seminário promovido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds) de São Paulo.


Folha Universal: Por que criar um curso voltado aos agressores?


Maria Gabriela: É uma nova visão. O trabalho com agressores é parte importante do combate à violência contra a mulher. Nosso objetivo é conscientizar esses homens, levá-los a fazer uma reflexão sobre os atos cometidos para que eles não voltem a praticá-los. A lei não anda sozinha, ela precisa estar de mãos dadas com a educação. Então, precisamos levar informação sobre os direitos da mulher para agressores e também para os jovens em geral. Em 2015, vamos ampliar o curso para outras cidades do Estado de São Paulo.


FU: O curso inclui palestras com psicólogos, delegados e policiais. O que é ensinado?


Maria Gabriela: Os encontros discutem o desrespeito às mulheres, a Lei Maria da Penha, os direitos da mulher, sexualidade, uso abusivo de álcool e drogas. Muitos nunca tinham ido a um psicólogo. Também procuramos entender se esse homem está em situação de vulnerabilidade e oferecemos ajuda aos que estão desempregados, os encaminhamos a cursos, para acompanhamento psicológico e ao tratamento de drogas e álcool.


FU: Qual foi a reação dos homens ?


Maria Gabriela: No início, alguns não gostaram, diziam que não eram criminosos. Mas 75% deles compareceram em todos os sete encontros e participaram dos debates. Tivemos resultados positivos, eles conseguiram se conscientizar sobre a necessidade de respeitar as escolhas da mulher, percebi uma mudança no comportamento deles. Espero que os homens possam despertar para uma nova vida com mais amor e sem violência.


Atenção, isso também é crime


Agressões físicas e sexuais são as ações mais conhecidas quando se trata de violência contra a mulher. Mas existem outras que podem levar agressores para a cadeia. Confira:


• perseguir e ameaçar a mulher


• xingar, insultar e agredir verbalmente


• difamar a mulher no trabalho dela ou em outros locais


• impedir a companheira de sair de casa ou de trabalhar


• esconder ou destruir documentos da mulher


• forçar a companheira a manter relação sexual – isso é estupro!


• destruir móveis da casa ou roupas e outros pertences da mulher


• obrigar a mulher a atos humilhantes


Fonte: Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006)

Falando pelos cotovelos

Falando pelos cotovelos

Como controlar a vontade de contar tudo ao marido na hora errada?

Você volta para casa depois de um dia estressante no trabalho. Logo no elevador do seu prédio, você encontra com aquela vizinha que sempre tem alguma coisa para reclamar a seu respeito. Realmente, esse não foi um dia fácil e você não vê a hora do seu marido chegar em casa para desabafar com ele todas essas situações em que você se sentiu impotente, injustiçada e cansada.
Mas você já parou para pensar que seu marido também pode ter vivido um dia difícil e está tão cansado quanto você? Além disso, geralmente, homens não costumam expressar suas aflições da mesma forma que as mulheres. Eles procuram outras formas para relaxar a mente, em vez de conversar.
Para a psicóloga especialista em terapia de casais Esther Kalb, muito além da generalização que envolve o comportamento de homens e mulheres, a necessidade delas de falar muito pode ter base científica. “A suposta tagarelice feminina tem sido admitida como característica comprovada cientificamente, inclusive há teorias que atribuem a existência de centros coordenadores da linguagem tanto no hemisfério cerebral esquerdo quanto no direito nas mulheres, enquanto no cérebro dos homens as áreas da fala e da linguagem estão restritas ao hemisfério esquerdo”, explica ela.
A estratégia de soldados compartilharem traumas vividos em guerras com outras pessoas já se tornou uma prática conhecida por terapeutas em regiões de conflitos. É como se, quando eles contassem o episódio que os traumatizou, estivessem revivendo aquela situação perturbadora novamente, mas, desta vez, acompanhados por alguém, o que torna o trauma  mais leve. Nessa mesma linha de pensamento, a mulher que deseja compartilhar tudo o que aconteceu com ela está procurando vivenciar as experiências negativas que teve naquele dia, só que, desta vez, acompanhada pelo seu marido.
Contudo, se você parar para pensar, contar para o seu marido quanto o seu chefe é chato ou sua vizinha a incomoda não vai alterar o dia que você teve nem mudar as pessoas que a perturbam. A auxiliar comercial Kátia Virginia da Silva, de 32 anos, sempre foi muito comunicativa e começou a perceber que isso poderia atrapalhar muito o seu casamento. “Sempre gostei de me expressar, de dizer aquilo que penso, de expor minhas opiniões, mas comecei a perceber que isso também tem seus pontos negativos”, afirma.


Era só o marido chegar em casa para ela começar a despejar todos os acontecimentos do seu dia nos ouvidos dele. “Queria compartilhar os problemas que aconteciam no trabalho, no dia a dia, ou contar alguma situação diferente. Sentia muita vontade de dividir com ele na hora, assim que ele chegasse, mas percebi que ele ficava meio desligado, parecia desinteressado. Uma solução que encontrei foi procurar o momento certo para falar e começar a respeitar o espaço dele”, explica.
E solução adotada por Kátia é uma de muitas que podem ajudar o relacionamento a não virar um monólogo. O segredo não está em se calar, mas em encontrar um equilíbrio para que os dois falem. “Se você quer se comunicar melhor com seu cônjuge, mas as respostas dele parecem não ir muito além do ‘sim’, ‘não’, ou ‘talvez’, converse com ele e tente resgatar o diálogo. Caso sinta que há necessidade, não se intime e busque ajuda profissional”, recomenda a psicóloga.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Quem era CALEB

Quem era CALEB














O nome Caleb é um nome bíblico. Sua origem é hebraica. Surge de kelebh, que significa literalmente “cão", "cachorro”.

Caleb foi um dos espiões enviados por Moisés à Canaã, conhecida como a "Terra Prometida".

Caleb e Josué foram os únicos dos 12 espiões que voltaram da missão entusiasmados com o que viram em Canaã.

De todos os hebreus que saíram do Egito, Josué e Caleb foram os únicos que viveram para entrar na Terra Prometida. Essa era assim chamada em virtude da promessa de Deus de que as pessoas encontrariam um local para viver em harmonia.

Caleb era conhecido por ter ainda a força de um jovem, mesmo quando já tinha alguma idade. Por esse motivo, esse nome acabou sendo também considerado um sinônimo de força e vitalidade.

A beleza do nome decorre desses atributos e também da simbologia do cão, que o mesmo carrega: lealdade e proteção.

Na bíblia sagrada cristã, as referências ao nome Caleb estão presentes nos livros de Números, Juízes e Josué.

Foi nesta fé que surgiu o Projeto CALEBE diz: o Bispo Geraldo Vilhena.






Grupo CALEBE de OSASCO está em AÇÃO.

quinta-feira, 20 de abril de 2017